Incorporação
Performance independente
Realizações ao vivo
FLIP - Feira Literária do Instituto Federal Campus Pouso Alegre 2023
2ª edição do Café Cultural de Varginha 2024
“Incorporação” usa da palavra e da visualidade para convocar percepção de estados e dimensões físicas, inconscientes e espirituais. Os conceitos estão sustentados aos estudos da repetição feitos pela teoria psicanalítica e pelas práticas de movimento, principalmente em dança. A obra se justifica pela exposição que faz da relação (não) vivida com a corporeidade de si e das coisas nesse tempo de virtualidade. Traz para que seja encarado de frente ao próprio corpo a lembrança nem sempre tão viva de sê-lo e junto disso tensionar as repetições que tem composto essa corporeidade.
A bandeira nasce da performance onde a artista busca interpretar uma poesia visual, assim constrói o conceito da obra a partir da psicanálise, das práticas de movimento com yoga e dança e também das religiões de matriz africana. São usados para a performance, tecido em algodão cru, carimbo em madeira e tinta para tecido; a artista fica sobre este tecido carimbando a palavra corpo repetidamente, a fim evidenciar o trabalho da repetição em processos de criação e de visibilizar que toda obra envolve corpo!
A temática da repetição com o corpo está associada a tensionar os movimentos repetitivos usados no cotidiano que nos desincorporam da percepção e do sensível como as coreografias cotidianas com a cidade, correlacionando isso com a psicanalise, a yoga, a dança que usam a repetição enquanto ferramenta de abertura, sensibilização e produção de sentido. Perto disso chega à atenção os estados de êxtase que só são experimentados a partir de movimentos repetitivos com o corpo, como no sexo e na prática de exercícios físicos.
A relação com as religiões de matriz africana chega a partir do atravessamento da umbanda e da experiência da incorporação de entidades. A percepção ao convite de giros repetitivos para abertura deste canal, junto de toques e cantos. Acrescenta sua percepção de que sob este caso apenas a repetição da experiência vai gerando confiança, aterramento ainda que no transe. Contrapondo a repetição do trauma, da defesa que é o que a psicanálise tanto ouve e busca interromper a repetição para produzir saúde-caminho.
Dessa forma, a ambiguidade compõe a obra, por ela buscar esvaziar e inflar os significantes de “repetir” e de “corpo”, pra incorporar ou desincorporar? repetir a palavra corpo até esvazia-la e a partir desse vazio construir um corpo pra si. Afinal, o que é um corpo? A performance feita em meio a natureza e captando alguns animais busca tensionar a percepção antropocêntrica de corpo e convidar aproximação a cosmovisões onde o rio é corpo, a terra é corpo, tudo com que se relaciona tem corporeidade. O que pode então um corpo incorporar? Quem? Quais são os limites da relação corpo? Quando essa relação é amorosa ou violenta? As indagações buscam abrir discussão sobre quais são nossas incorporações conscientes e inconscientes, o que é que se quer e se pode incorporar; se pra incorporar repete, pra desincorporar faz o que?



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